No Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, celebrado em 23 de junho, empresa comemora o aumento do número de engenheiras no quadro próprio.
Uma das funções mais importantes e desafiadoras na Itaipu, atualmente, é ocupada por uma mulher. A engenheira Renata de Biasi Ribeiro Tufaile é a gerente executiva do Plano de Atualização Tecnológica (PAT) da hidrelétrica, considerado o maior e mais complexo projeto da usina desde a sua construção.
Renata faz parte de um time de 26 mulheres com formação em engenharia que trabalham na Itaipu. Destas, 16 atuam como engenheiras e outras 10 passaram em processos seletivos como técnicas para diferentes áreas da empresa, em outras atividades.
![Engenheira Renata Tufaile. Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional](http://vilaamais.com.br/wp-content/uploads/2023/06/WhatsApp-Image-2023-06-22-at-14.51.53-1024x682.jpeg)
No Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, comemorado nesta sexta-feira (23), Itaipu tem muito o que fazer ainda pela equidade de gênero, mas também muito do que se orgulhar. A empresa tem em seu quadro próprio, na margem brasileira, 1.261 pessoas, das quais 1.006 são homens e 255, mulheres.
Na Área Técnica, 208 empregados têm formação em Engenharia – 192 engenheiros e 16 engenheiras. Historicamente, os homens representam o maior número de ingressos desse ramo na usina de Itaipu – assim como acontece em outros empreendimentos do setor –, mas essa realidade vem mudando gradativamente.
A mudança
Isso se deve a duas questões, basicamente: até bem pouco tempo atrás, esse era um ramo pouco disputado pelas mulheres, considerado um universo de interesse majoritariamente masculino. Além disso, não havia incentivo à contratação de profissionais femininas.
Porém, graças à implantação das políticas de gênero da empresa para fortalecer a carreira feminina, tanto no número cada vez maior de empregadas como na inserção dessas profissionais em cargos de gestão e na liderança de grandes projetos, a situação é cada vez mais favorável às mulheres.
Mais oportunidades
Erika Patrícia de Sousa Davies, coordenadora do Programa de Incentivo à Equidade de Gênero, da Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da Itaipu, atribui o aumento de mulheres nos quadros de engenharia na usina às políticas implementadas a partir de 2004, voltadas à equidade de gênero, aliadas à ampliação do acesso às universidades e à informação.
![Coordenadora do Programa de Incentivo à Equidade de Gênero, Érika Davies. Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional](http://vilaamais.com.br/wp-content/uploads/2023/06/WhatsApp-Image-2023-06-22-at-14.53.47-1024x684.jpeg)
Ela faz uma reflexão: “À medida que mais mulheres acessam espaços antes vistos como redutos masculinos, se desmistifica a correlação gênero/profissão e se consolida a realidade de que a diversidade promove o desenvolvimento”.
Projeto desafiador
Desde que se formou em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrotécnica, em 1998, na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), a engenheira Renata Tufaile conta que sempre teve vontade de trabalhar com sistemas de potência, com geração ou transmissão de energia.
Ela começou a carreira na Itaipu e seu primeiro trabalho na binacional foi na Divisão de Programação e Estatística, onde permaneceu até 2018, quando foi transferida para o gabinete do diretor técnico da época.
Entre 2019 e 2023, a engenheira passou a ocupar o cargo de assistente do diretor-geral brasileiro. Ao voltar para a Diretoria Técnica, sua área de origem, assumiu a gerência executiva do Plano de Atualização Tecnológica.
Para ela, estar à frente de um trabalho tão desafiador como o Plano da Atualização Tecnológica é motivo de orgulho. “Esse é um projeto de extrema importância porque vai garantir a continuidade do alto desempenho da usina”, avalia.
Cuidando das nossas florestas
Outra mulher de grande destaque na Itaipu é a engenheira florestal Veridiana Araújo da Costa Pereira, gerente da Divisão de Áreas Protegidas, onde começou sua carreira na empresa, em 2002.
![Engenheira Veridiana Pereira. Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional](http://vilaamais.com.br/wp-content/uploads/2023/06/WhatsApp-Image-2023-06-22-at-14.53.08-1024x684.jpeg)
Formada pela Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP) em 2000, Veridiana entrou na Itaipu em 2002, pelo programa Trainee, quando estava concluindo o mestrado pela mesma universidade.
A primeira atuação foi na recuperação das áreas degradadas no canteiro de obras da usina, hoje conhecidas como atividades de paisagismo e manutenção de áreas verdes.
Depois, passou a integrar a equipe que cuida da restauração florestal dos refúgios Biológico Bela Vista (RBV) e Maracaju, do Viveiro Florestal do RBV e também de inventários florestais e pesquisas. Mais recentemente, ela passou a coordenar o eixo biodiversidade do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT), um convênio entre a Itaipu e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu.
Os trabalhos que mais marcaram a trajetória de Veridiana nesses 23 anos de casa foram a exposição “A floresta através dos sentidos”, em parceria com a Universidade Federal Latino-Americana (Unila), e a “Campanha dos 24 milhões de árvores”, referenciando o trabalho da Itaipu na restauração de seus refúgios e faixa de proteção. “Um verdadeiro trabalho de bioengenharia”, diz.
A engenheira florestal diz que “é uma sorte para a engenharia e para a Itaipu ter mulheres competentes e dedicadas nas diferentes áreas da empresa, pensando, projetando, executando e criando soluções, ou seja, trazendo o seu melhor e quebrando preconceitos”.
Desafios na área de obras civis
A gerente do Departamento de Obras e Manutenção, a engenheira civil Janine Alicia Groenwold, também está à frente de grandes projetos da Itaipu. Entre eles, o da Ponte da Integração Brasil – Paraguai, sobre o Rio Paraná, ligando Foz do Iguaçu (BR) a Presidente Franco (PY), projeto que serviu também como uma espécie de banco de dados para a construção da futura Ponte Bioceânica, sobre o Rio Paraguai, que vai ligar Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai. Entre as informações de referência estão desembaraço aduaneiro, edital de licitação e definições do projeto, entre outros estudos.
![Engenheira Janine Groenwold. Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional](http://vilaamais.com.br/wp-content/uploads/2023/06/WhatsApp-Image-2023-06-22-at-14.52.31-1024x684.jpeg)
Formada pela Universidade Federal do Paraná em 2010, Janine completa 10 anos de casa no próximo mês de outubro. A primeira função dela foi no Departamento de Obras e Manutenção, onde participou da elaboração do plano binacional de gestão de resíduos.
Mais tarde, teve a oportunidade de trabalhar na Divisão de Infraestrutura e Manutenção, principalmente na elaboração de convênios. Este trabalho resultou em várias parcerias, como a revitalização das áreas públicas de lazer de nove municípios lindeiros ao reservatório de Itaipu e a construção de 320 casas populares em outros 20 municípios da região. Depois, vieram os projetos mais desafiadores, como as obras rodoviárias, entre elas, a segunda ponte sobre o Rio Paraná e acessos.
Tendência
O bom trabalho desenvolvido pelas mulheres em Itaipu, inclusive em áreas que antes eram “redutos” masculinos, indica o acerto das políticas de gênero da usina e aponta para um futuro mais igualitário em número de profissionais de ambos os sexos.
Assessoria